quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Do meu lugar...


...no trabalho, vejo a ribeira...

...do meu lugar, no trabalho, vejo o Douro cheiinho...

...do meu lugar, no trabalho, vejo que se o Douro sobe mais meio metro, a superfície do rio vai fundi-se com a marginal...

...do meu lugar, no trabalho, antecipo cheias que nãos e sabem se vêem ou não, depende das águas que vêem de Espanha e da chuva, diz a protecção civil...

...do meu lugar, no trabalho, as cheias parecem realidade próxima e não uma notícia de um lugar longínquo...

...do meu lugar, no trabalho, cruzo os dedos para o Douro se manter como está...

Se este barco passasse hoje pelo Douro, daria para entrar e sair dele sem escadas... ou então eram precisas escadas para subir para ele...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Lembrei-me disto hoje...


...e não sei porquê...

Do final do ensino básico (9ºano) trouxe memórias de professoras amarguradas e vingativas... foi triste? foi... e ensinou-me a não me "ligar" tanto aos Professores... (depois no 10º ano tive uma Professora de Inglês que me ensinou TUDO de inglês, da melhor maneira possível, e me fez ganhar um bocadinho de fé outra vez na classe...)

Disclaimer: Tia, tu para mim és sempre Tia, quanto muito Madrinha, não és Professora :P E Avó, Professores Primários não se incluem aqui! E só não digo que são só os professores daquela escola porque depois no secundário também me desiludi com outros professores...


No meu 9º ano houve uma rapariga que ficou grávida... com 15 anos... e conseguiu esconder a gravidez quase até ao final do tempo (só depois é que fizemos clique das vezes que ela saía da sala para ir vomitar...). Como não tinha grandes possibilidades e quase foi posta fora de casa por ter engravidado, juntamo-nos e começamos a angariar as coisas básicas para um bebé. Pedimos ajuda a professores e houve uns, muito poucos, que ajudaram... mas houve outros que até deixaram de falar com a rapariga e lhe viraram a cara, eram professores muito religiosos e não aceitavam que ela tivesse engravidado tão nova... viravam-lhe a cara a ela e a nós, que íamos pedir para contribuirem, disseram que tinham mais que fazer, que ela é que se tinha metido naquela embrulhada, problema dela... logo aqui já comecei a ficar de pé atrás... afinal os professores não eram segundos pais, que estavam ali para ajudar a educar, apoiar, guiar nos momentos mais difíceis...

E depois...

Eu fui a melhor aluna do 9º ano na minha escola. Como é que eu sei? Chamaram-me à escola depois do ano lectivo acabar para ir receber um prémio.

Hipótese A: O prémio foi entregue com pompa e circunstancia para homenagear o melhor aluno da escola.

Hipótese B: O prémio foi entregue em privado, por uma Presidente do Conselho Directivo orgulhosa, de sorriso nos lábios e com palavras de encorajamento para o resto do percurso escolar.

Hipótese C: Eu e a minha Mãe fomos recebidas como se tivessemos lepra, disseram-nos para pegar no saco que estava encostado à parede à entrada do gabinete do conselho directivo, que continha dicionários em papel e digitais, e despediram-se com má cara, quase nunca levantando a cara do que estavam a fazer.

Pois, adivinharam... hipótese C.

e porquê?

Tudo porque a minha turma de 9º ano se portou um bocadinho mal no final do ano lectivo... num rasgo de estupidez do alto dos seus 14 anos, uns colegas meus resolveram roubar a prova global de fisico-quimica... tiveram azar que era o original, a professora ainda não tinha feito cópias...

Anyway, a parte importante é que eu era das poucas que não sabia o que estava planeado (sim, foi planeado e arranjaram um esquema para a professora sair da sala e tudo), não me apercebi do que se estava a passar, e só soube quando já ia a caminho de casa, fora da escola... não cheguei sequer a ver a prova... e tive o desplante de afirmar isto tudo às professoras (professora da disciplina, directora de turma e professoras do conselho directivo)... que se convenceram sempre que eu estava a mentir e que era impossível haver alguém na turma que não soubesse de nada...

Chegaram ao ponto nada ético e anti-pedagógico de ir interromper uma aula e perguntar "afinal quem é que não sabia do que se ia passar ponha a mão no ar"... e eu, do alto da minha minoria, lá pus a mão no ar (porque a mim ninguém me intimida assim e felizmente nunca sofri bullying nem pressão de pares). E eu não era a única que não sabia... mas fui a única que me defendi até ao fim...

Até ao final do inquérito que foi feito, as professoras acharam sempre que eu estava a mentir. Uma professora da escola que não tinha nada a ver com o assunto mas que por acaso conhecia a minha Mãe, encontrou-a na rua e chegou a dizer-lhe que os filhos mentem sempre e que a minha Mãe era burra por acreditar na filha... se isto já se viu... como se eu alguma vez tivesse dado motivos para isso, na escola ou em casa... (essa dita professora nunca foi minha professora sequer...)

O final do inquérito foi já em férias... fomos chamados outra vez à escola para sermos ouvidos (os que tinham tido parte no assunto e eu que dizia que não sabia de nada) e assinar as declarações por escrito. Uma professora teve a lata de "ralhar" comigo porque ia vestida como se fosse para a praia... eu ia para a praia, estava de férias, e a comissão de inquérito resolveu chamar-me não porque tivesse parte no assunto, não porque tivesse testemunhado alguma coisa, mas porque eu não sabia de nada (faz algum sentido? a mim também nunca fez...).

No final do inquérito a conclusão foi que toda a gente foi cúmplice e toda a gente teve uma pena qualquer suspensa no seu processo escolar... basicamente concluíram que eu estava a mentir sem o provarem. E registaram-no no meu processo.

Obviamente a minha Mãe fez queixa à DREN.

Obviamente a DREN fez o que tinha a fazer, e só sei que no final eu não fiquei com nada no processo. Era o que mais faltava... ainda por cima eu queria ir para uma Escola Secundária Pública mas difícil de entrar... sempre com muito mais candidatos que vagas... e não me convinha nada ter no processo um castigo por uma coisa que nunca fiz...

E no final disto tudo chamaram-me à escola para ir receber o prémio de melhor aluna da escola... e receberam-me cheias de raiva e ressentimentos... como se eu tivesse culpa de alguma coisa... eu e a minha Mãe sentimo-nos tão mal recebidas que viemos embora rapidamente... e a minha Mãe lá tentou fazer a festa ela, que eu tinha sido a melhor aluna da escola...

Enfim...

...os professores desceram do pedestal e ficaram registados como pessoas que podem ser muito mesquinhas mesmo...

(No secundário acabamos por não fazer um intercâmbio com uma turma de Roterdão - na altura capital europeia da cultura a par do Porto - porque não havia professores para irem connosco... o problema é que só nos disseram isto depois de dizerem que se tratássemos de tudo, tudo se ia resolver... e nós tratamos de tudo... contactamos escolas, sítios para ficar, vimos viagens de avião e fizemos itinerários e planos para cada dia da viagem... para no final ficar tudo em águas de bacalhau... nem os professores que nos incentivaram a preparar tudo quiseram vir connosco... para isso não incentivavam e nós não tinhamos o trabalho todo, mas pronto...).

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ironia

A única empregada de limpeza que alguma vez reclamou comigo por eu pôr as embalagens dos iogurtes no cesto que tenho debaixo da minha secretária...

...é a única que agora não as recolhe de cima da secretária quando passa com o saco para recolher o lixo...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

U Turn


O meu subconsciente sabe muito...

Hoje vinha para o trabalho, a pensar na sorte do N que hoje ficou a dormir em casa... e a pensar na minha sorte que afinal hoje nem está transito nenhum nem chove muito... e quando reparo... já estou a caminho de casa outra vez em vez de estar a caminho do trabalho!

Maldigo a minha mania de "ligar" o piloto automático e faço inversão de marcha no primeiro sítio em que posso... já estou atrasada, claro... como sempre...

Seria de pensar que depois deste episódio eu ia ficar muuuuiiitttooo atenta ao caminho, não é?

...pois...

...a certa altura, dou por mim OUTRA VEZ a ir a caminho de casa em vez de a caminho do trabalho!!!

Mais uma inversão de marcha...

O subconsciente é lixado...

...eu queria tanto ter ficado em casa hoje...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dia não...

...este dia começa bem...

- adormeço
- demoro horas a arranjar-me
- saio tarde de casa
- apanho transito
- chego tardíssimo ao trabalho

e...

ao tirar o casaco, arranco o brinco da orelha esquerda... chiça que ainda me está a doer a orelha... :S

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Optimista contra o Péssimismo Nacional

Inspirada neste artigo de opinião do Diário Económico (sigam o link, a sério, vale a pena... se não depois não percebem o que digo aqui!), lembrei-me de partilhar um blog que vai contra a corrente de opinião "normal" deste país, reflexo de uma imprensa parcial que no fundo mais não faz do que apenas publicar as notícias que vendem...

Num país de pessimistas, vende a notícia da desgraça, vende a notícia da miséria, Portugal é um barraco, somos feios, porcos e maus...

Mas no meio da imprensa que destaca apenas as notícias negativas sobre este nosso cantinho à beira-mar plantado, há pelo menos um blog que quer inverter a tendência e dedica-se a publicar apenas as notícias positivas sobre este nosso país. Chama-se Fado Positivo, diz que não estamos condenados a ver o copo meio-vazio e dedica-se a destacar apenas os copos meio-cheios.

Aconselho a ter nas feeds, no greader ou outro qualquer que usem para seguir blogs... porque no meio da desgraça toda que nos chega pela comunicação social, sabe bem saber o que de bem se faz neste país...